Ser Mãe depois dos 35
Ser Mãe depois dos 35
Actualmente, o potencial risco fetal associado a uma mulher com mais de 35 anos já não é o mesmo de há 20 ou 30 anos atrás.
Sociólogos
e médicos concordam em afirmar que a idade em que a mulher decide ter o
seu primeiro filho avançou vários anos. Actualmente, são muitas as
mulheres que optam, em primeiro lugar, pela realização no plano
profissional ou as que desejam conviver mais tempo com o seu
companheiro, antes de enfrentarem a primeira gravidez. Outras vezes, é
uma questão meramente económica ou, inclusive, o medo de não ser
suficientemente madura para ter um filho.
Embora,
em termos fisiológicos, se considere que o melhor momento para uma
primeira gravidez se situa entre os 20 e os 24 anos, emocionalmente
esta não é a idade ideal para muitas mulheres. E a prova é que o padrão
clássico – casar cedo e ficar logo grávida – mudou completamente.
Segundo um relatório do «National Center for Health Statistics», dos
Estados Unidos, o número de mulheres que têm o primeiro filho com
idades compreendidas entre 30 e os 39 anos é mais do dobro,
relativamente há 20 anos atrás. No mesmo período, aumentou em 50% o
número de mulheres que têm o seu primeiro filho com mais de 40 anos.
Vantagem emocional
A
vantagem das mães tardias face às jovens consiste em que, de uma forma
geral, as primeiras encontram-se psicologicamente melhor preparadas
para assumir a gravidez e a maternidade;
por outro lado, têm menos conflitos já que costumam ser gravidezes
desejadas e programadas com o acordo do parceiro. É, pois, uma decisão
de duas pessoas maduras, com experiencia de vida que assumem plenamente
a sua responsabilidade. Assim, o recém-nascido é aguardado como uma
prenda, proporcionando uma grande dose de felicidade aos pais. Segundo
os especialistas os filhos destes casais são, normalmente crianças mais
equilibradas, dado que as suas mães não apresentam problemas
emocionais.
Risco controlado
Ser
aquilo que durante muito tempo se denominou de primípara tardia já não
é uma condição suficiente para se converter numa grávida de alto risco,
embora, clinicamente, continue a incluir-se neste grupo. Os modernos
métodos de assistência no parto permitiram uma considerável diminuição
da mortalidade perinatal. Actualmente, o potencial risco fetal
associado a uma mulher com mais de 35 anos já não é o mesmo de há 20 ou
30 anos atrás, dado que a Ginecologia como a Obstetrícia – e a medicina
em geral – experimentaram avanços técnicos muito consideráveis, com o
que se reduziu o risco de mal formações e outras complicações. Por
outro lado nem todas as mulheres são iguais e a idade real não
corresponde linearmente à idade biológica.
Assim, nestas gravidezes, o primeiro passo é ter as ideias sobre quais são os riscos reais.
Aborto
Na
ausência de outros motivos específicos, os abortos são mais frequentes
nos dois extremos da idade fértil, isto é, em grávidas muito jovens e
naquelas com mais de quarenta anos. No entanto, as estatísticas são
aqui claramente viciadas: pelo facto de terem vivido mais tempo, as
mulheres mais velhas podem apresentar um numero mais elevado de
antecedentes médicos – como abortos, fibromiomas, etc. –, os quais
podem ameaçar a gravidez. Um estudo do Mount Sinai Hospital, de Nova
Iorque, assinala que, nas mulheres com mais de trinta e cinco anos,
fisicamente, sãs e sem antecedentes de esterilidade, abortos ou
nados-mortos, as probabilidades de terem uma criança saudável não
diferem muito das de uma mulher vinte anos.
Exames pré-natais
Durante
a gestação, a mulher deve submeter-se a uma série de exames médicos,
além das análises ao sangue. Os mais comuns são os seguintes:
- Ecografia
Consiste
em captar e reproduzir imagens do feto num ecrã, através de um
equipamento sofisticado, que utiliza ondas sonoras de alta frequência.
Com este exame, podem detectar-se a idade e o tamanho do feto, bem como
anomalias estruturais, defeitos do sistema nervoso – como espinha
bífida, por exemplo -, gravidezes múltiplas e até o sexo do bebe.
Estudos efectuados demonstram que a imagem do bebé
no útero, embora nublada, provoca na mulher grávida uma diminuição da
angústia face à gravidez. Devem realizar-se, no mínimo, três
ecografias, ao longo dos nove meses.
- Amniocentese
Trata-se
de uma punção do útero, controlada por ecografia, destina-se a extrair
líquido amniótico, para análise. È, assim, possível detectar anomalias
cromóssomicas, como a síndroma de Down, e defeitos do sistema nervoso
central. Este exame oferece informação sobre o sexo do bebé. Existe,
porém, um reduzido risco de abordo, que se situa entre os 0,3 e os 0,5
%.
- Diabetes gestacional
A
partir dos trinta e cinco anos, existe uma probabilidade de cerca de 6%
de sofrer esta perturbação, bem como problemas relacionados com a
hipertensão arterial. Nas grávidas jovens, a percentagem de risco não
ultrapassa os 1.3 por cento.
- Dieta
A
necessidade de nutriente e de calorias da mulher grávida ou em período
de aleitamento será a maior de sempre da sua vida. A gestação é,
também, uma etapa durante a qual o apetite sofre alterações
espectaculares: deste as náuseas matinais, que fazem perder a vontade
de comer, até voracidade mais insaciável, sem falar dos «desejos».
A
dieta, deve ser rica em cálcio, ferro e ácido fólico, sem esquecer um
pequeno reforço das calorias. Os médicos costumam receitar um
suplemento vitamínico mas nunca devem tomar-se vitaminas sem consultar
previamente o especialista.
- Desporto
O
exercício é sempre salutar e contribui para uma melhor predisposição do
corpo face à gravidez. No entanto, é recomendável começar a fazer
desporto antes de engravidar, já que a gestação não é a altura
apropriada para iniciar um programa de exercício físico, designadamente
naquelas mulheres que não o praticam com regularidade.
Isto
não exclui que possa assistir a aulas de preparação para o parto, desde
que estas não sejam proibidas pelo especialista e sejam ministradas por
pessoal competente.
Por último, os esforços físicos não são recomendáveis para nenhuma grávida seja qual for a idade da mulher.
Dilatação
No
caso da grávida mais velha, a dilatação que ocorre antes do parto
costuma ser mais longa e difícil, o que explica o maior numero de
cesarianas.
Fertilidade
Uma
vez tomada a decisão, pode levar algum tempo até que a mulher consiga
engravidar. A fertilidade diminui gradualmente depois dos 35 anos, o
que não significa que não se seja fértil, excepto no caso de menopausa
prematura. Numa ida ao médico, pode manifestar-se a decisão de ter um
filho e uma revisão ginecológica nunca será demais.
Fibromiomas
São
tumores normalmente benignos, que crescem na parede do útero e que são
formados por tecido muscular. Podem ser diminutos, embora alguns possam
desenvolver-se e alcançar um tamanho considerável e causar dores,
pressão na bexiga e perturbações menstruais. Não se sabe por que razões
aparecem, mas observou-se que aproximadamente 20% das mulheres com mais
de 35 anos apresentam fibromiomas. Esta perturbação pode interferir na
gravidez e no parto, embora a maioria dos fibromiomas não produza
qualquer problema, a este nível.
Higiene pessoal
A
higiene pessoal deve manter-se igual, simplesmente há que ter em conta
que é preferível não tomar banhos de imersão, hidromassagens ou saunas
quentes, sendo melhor acostumar-se ao duche com água tépida. Também não
são recomendáveis as irrigações vaginais internas.
Medicamentos
Nunca
se devem tomar medicamentos sem consultar previamente o especialista.
Sempre que um médico receita um fármaco, seja qual for a doença, há que
advertir que se está grávida.
Recuperação pós-parto
A
recuperação pós-parto costuma ser mais lenta na mulher com mais idade,
basicamente porque possui menor energia, embora esta condição dependa,
sobretudo, do estado físico em que se encontre.
Sindroma de Down
É
o maior fantasma da grávida com mais de 35 anos. As estatísticas
demonstram que o risco de uma mulher de 40 anos conceber um filho com
sindroma de Down é nove vezes superior ao de uma de 30 anos. De
qualquer forma, não há motivo para alarme. Uma mulher de 40 anos tem
apenas um por cento de probabilidades de ter um filho com sindroma de
Down, ou seja, cerca de 99% de probabilidades de nada de mal acontecer.
Quando a grávida tem mais de 45 anos o risco eleva-se para 3%.
Tabaco