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segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

Blog Casaca

Resposta ao sr. Luso Soares da Costa

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[ 24/01/2011 | 17 Comentários | Imprimir Imprimir ]
Eu não pretendia publicar nenhum texto neste domingo. Ainda catava os cacos, ontem cedo, do resultado do futebol do Vasco diante do Resende. Depois da derrota para um Nova Iguaçu com 10 e esforço favorável da arbitragem, com a devida cobertura da imprensa (por que será? Será por quê?) é que não escreveria nada mesmo. Alma vascaína em frangalhos ao constatar que tudo, absolutamente tudo o que alertamos aqui se concretiza sob os tentáculos da farsa administrativa que tomou o Vasco.
No entanto, agora à noite, tive acesso ao teor integral da carta de renúncia do senhor Luso Soares da Costa. Ele menciona o CASACA! em um parágrafo. Vou reproduzí-lo já. E respondê-lo brevemente em seguida.
Mas antes, devo dizer ao senhor Luso que estou neste site há 9 anos. Considero-me um dos responsáveis por tê-lo tornado político. Não, a ideia de torná-lo político não foi minha. Quando fui convidado a participar, em 2002, o pensamento já era este. Apenas auxiliei na tarefa de oferecer um contraponto diferenciado ao que se dizia na imprensa convencional a respeito do Vasco. E isso implicava, sim, em defender a filosofia de Vasco na qual acredito e que tem o senhor Eurico Miranda como maior representante.
Diante disso, apanhamos o suficiente, sr. Luso. Acusados de tudo o que o senhor pode e ainda o que não pode imaginar. Para o senhor ter uma visão mais ampla do que chamo apanhar em todos os níveis, respondi, escrevendo para este site nanico, ação movida pelo jornal O Globo. Respondi e respondo ação movida por um de seus ex-colegas de diretoria, o senhor Nelson Rocha. Ao qual, aliás, o senhor não reservou palavras amáveis em sua despedida. Digo isso porque estou certo de que não fomos nós que inventamos o que o senhor chama de clima de ódio reinante no Vasco. Temos lá nossos motivos. Muitos.
Em 2003, fui eleito conselheiro e assumi a segunda Secretaria do Conselho Deliberativo do clube. Uma das acusações que recebo é que vendo meus textos ao vilão de sempre. Curioso: vendo textos na xepa, mas fui incapaz de agir como um dos cidadãos a quem o senhor foi se juntar para “resgatar o Vasco”: de posse de sua cadeira de Secretário neste Conselho em julho de 2008, sequer a esquentou. Renunciou, a fim de assumir um cargo remunerado no clube, ao que me parece junto à Vice-Presidência de Esportes Olímpicos, Não Olímpicos e Responsabilidade Social.
A citação do parágrafo anterior tem a seguinte lógica, que aprendi com o tempo: quem se expõe está sujeito a tudo. Eu me exponho há nove anos. O cidadão ao qual me referi, que integrou a mesma chapa que o senhor, nunca se expôs. Para o público que aplaudiu o senhor durante algum tempo, eu arrumei um jeito de me dar bem no Vasco, embora nunca tenha recebido um ingresso, freqüentado tribunas no Maracanã e muito menos tenha abandonado minha cadeira de conselheiro para tirar foto em cargo remunerado. Já o seu ex-companheiro, ninguém menciona. Até porque ele não se expôs jamais. Ele passa por ético. Eu passo por bandido. Opções, fazer o quê? Que requerem apenas uma coisa: coragem. Ou a falta dela.
Quem é o senhor, Sr. Luso? Alguém disposto a se expor ou alguém que prefere manter as aparências, ainda que elas escondam comportamentos que educadamente chamarei de pouco éticos? O senhor, ao mencionar o Casaca em sua carta de renúncia, parece responder esta pergunta.
À citação:
O Casaca, como Oposição, me acusou de omissão e acho que tem razão, se não considerar que essa omissão foi, acima de tudo, a de manter uma expectativa de harmonia administrativa que nunca foi possível.
Senhor Luso. Trocamos palavras apenas uma vez. Estádio de remo. Pode ser que o senhor se lembre. Eu estava encostado à minha bicicleta. Costumo ficar nas arquibancadas, mas elas estavam interditadas naquele domingo. Um senhor de nome Emílio vinha caminhando junto ao senhor pela ciclovia e resolveu confirmar a minha identidade, após se apresentar. Em seguida, ele me apresentou o senhor: “Esse é o senhor Luso, um grande vascaíno”. Dei a ele uma resposta que eu não sei se o senhor chegou a escutar: “Disso eu nunca tive dúvidas”. E então eu e o senhor nos cumprimentamos, falamos rapidamente sobre o Conselho de Beneméritos e pronto.
É isso, senhor Luso. Eu o considero, sim, um grande vascaíno. Mas nem por isso o senhor deixou de me decepcionar. Não hoje, não ontem, mas no momento em que resolveu legitimar isso que agora expõe vísceras podres.
Lamento que este afã de “manter uma expectativa de harmonia administrativa” tenha surgido apenas durante esta catástrofe de gestão que se abateu sobre o Vasco. Na anterior, ainda que como oposição, até onde sei o senhor não tomou nenhuma providência neste sentido. E falo isso de cadeira, sr. Luso. Porque eu mesmo intercedi, ao meu modo, para a suspensão da reunião de 2005 que previa a formação da comissão para a expulsão do sr. Luiz Américo Chaves. Sim, a reunião foi suspensa e, infelizmente, o que era sutil aceno para um entendimento mínimo não foi aceito pela então oposição. Quem resolveu permanecer no ódio, sr. Luso? Para mim ficou claro quem foi. Tão claro que, então, comprei a briga de vez. E dela não vou sair porque este tempo na política do Vasco sugou meu romantismo, sem dúvida.
Lamento que o senhor tenha acreditado na necessidade de encobrir descalabros para lá de sombrios a fim de proteger o que hoje renega.
Enfim, lamento que o senhor, à visão emblemática que levantei neste texto, ao menos aparentemente, talvez compactue com a falta de ética silenciosa como aquela apresentada por um de meus sucessores no Conselho Deliberativo, desde que para encobrir deslizes e sob a justificativa de manter as aparências, do que preferir o barulho estridente, mas corajoso, de alguém apontado como candidato à bandidagem por defender uma filosofia clara de Vasco, a única capaz de mover esse clube para frente.
Termino repetindo a sua citação relativa ao CASACA!, sr. Luso:
O Casaca, como Oposição, me acusou de omissão e acho que tem razão, se não considerar que essa omissão foi, acima de tudo, a de manter uma expectativa de harmonia administrativa que nunca foi possível.
É verdade, não tenha dúvidas: não podemos considerar que a sua omissão fez bem ao Vasco. Seja qual tenha sido o motivo.
João Carlos Nóbrega de Almeida

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