Jogos que eu vi: Nova Iguaçu 3 x 2 Vasco
dom, 23/01/11
por Lédio Carmona |
Dois
jogos contra pequenos. Duas derrotas. Zero ponto. Lanterna no Grupo A.
Desde 1984, o Vasco não perdia suas duas primeiras partidas no
Campeonato Carioca. Quer mais um recorde? Há pelo menos três anos o time
não apresentava um futebol tão ridículo quanto no primeiro tempo da
partida contra o Nova Iguaçu (2 a 0 para a Laranja Mecânica da Baixada
Fluminense). E que tal mais uma marca? Nesse mesmo período, o Vasco
nunca mostrou tanta preguiça e indolência em campo quanto nessa mesma
etapa inicial disputada hoje à tarde, em Vota Redonda. No segundo tempo,
com um jogador a mais, o time foi para cima, melhorou na postura,
diminuiu com Rômulo, ganhou um pênalti discutível a favor (convertido
por Marcel) e parecia que viraria. Até que Felipe errou uma saída de
bola, deu o contra-ataque para o adversário e o arisco William Barbio
fez 3 a 2, placar final.
O Vasco perdeu pelo primeiro
tempo medonho que apresentou. Pagou pela falta postura diante de uma
equipe bem organizada, como a do Nova Iguaçu. Pela desorganização do
time em campo. Pecou por seus dois volantes (Allan e Rômulo) não terem
feito boa cobertura aos dois laterais (Fagner e Ramon) que avançavam e
ganhavam bola nas costas. O Vasco por ter entrado com uma zaga reserva
(fraca), com Cesinha e Fernando. Pagou por não ter um bom centroavante e
por insistir com inúteis bolas levantadas sobre a área na tentativa de
alimentar o limite técnico de Marcel. Pagou por isolar Eder Luis no
ataque. O Vasco pagou por ter dois jogadores, Felipe e Carlos Alberto,
que no primeiro tempo só jogaram com a bola no pé e não voltaram para
ajudar a defesa. Tudo errado. Mais uma vez, o Vasco não foi Vasco. E
deixa o torcedor frustrado, sem chão e, literalmente, envergonhado.
PC Gusmão tem culpa? Não deixa
de ter. Ele e todos jogadores. O time não tem funcionado. Joga mal, não
tem atitude e falta pegada. A reação do segundo tempo foi natural e
obrigatória, diante da vantagem númérica e do desespero de recuperar o
terreno perdido. Ninguém quer um time com estrelas. Todos sabem o
momento financeiro delicado. Mas exige-se postura, dedicação, atitude e
organização. O Vasco já foi campeão com equipes mais limitadas, mas que
com jogadores que colocavam a cara na chuteira do adversário para
garantir três pontos. Mais ou menos o que foi feito no segundo tempo, em
Volta Redonda. Mas o rídículo dos primeiros 45 minutos foi fatal.
Procura-se a luz no fim do túnel. Procura-se a alegria que ficou pelo
caminho. Procura-se o verdadeiro Vasco.